Festa 23 de abril
Devotos no
mundo inteiro comemoram no dia 23 de abril, o Dia de São Jorge, o santo
padroeiro da Inglaterra, de Portugal, da Catalunha, dos soldados, dos
escoteiros, dos corintianos e celebrado em canções populares de Caetano Veloso,
Jorge Ben Jor e Fernanda Abreu. No oriente, São Jorge é venerado desde o século
IV e recebeu o honroso título de "Grande Mártir".
Guerreiro originário da Capadócia e militar do Império Romano ao
tempo do imperador Diocleciano, Jorge converteu-se ao cristianismo e não
agüentou assistir calado às perseguições ordenadas pelo imperador. Foi morto na
Palestina no dia 23 de abril de 303. Ele teria sido vítima da perseguição de
Diocleciano, sendo torturado e decapitado em Nicomédia, tudo devido à sua fé
cristã.
A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão,
foi difundida na Idade Média. Está relacionada às diversas lendas criadas a seu
respeito e contada de várias maneiras em suas muitas paixões. Iconograficamente,
São Jorge é representado como um jovem imberbe, de armadura, tanto em pé como em
um cavalo branco com uma cruz vermelha. Com a reforma do calendário litúrgico,
realizada pelo papa Paulo VI, em maio de 1969, tornou-se opcional a observância
do seu dia festivo. Embora muitos ainda suspeitem da veracidade de sua história,
a Igreja Católica reconhece a autenticidade do culto ao santo. O culto do santo
chegou ao Brasil com os portugueses. Em 1387, Dom João I já decretara a
obrigatoriedade de sua imagem nas procissões de Corpus Christi. O Sport Clube
Corinthians Paulista foi outra grande contribuição para a popularização de São
Jorge, primeiro no Estado de São Paulo e depois no País, ao escolher o santo
como seu padroeiro e protetor, em 1910.
A quantidade de milagres atribuídos a São Jorge é imensa. Segundo a
tradição, ele defende e favorece a todos os que a ele recorrem com fé e devoção,
vencendo batalhas e demandas, questões complicadas, perseguições, injustiças,
disputas e desentendimentos.
São Jorge é venerado desde o século IV
O culto a São Jorge vem do século 4 dC. O soldado foi martirizado
na Palestina no dia 23 de abril de 303, vítima da perseguição do imperador
Diocleciano. Foi torturado e teve a cabeça cortada, em Nicomédia, devido a sua
fé cristã.
Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lídia
(antiga Dióspolis), onde foi sepultado, e onde o imperador cristão Constantino
(que depois de vários imperadores anti-cristãos converteu-se e a império à
religião cristã) mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis. Seu culto
espalhou-se imediatamente por todo o Oriente. No século V, já havia cinco
igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros
séculos após sua morte, foram erguidas quatro igrejas e quarenta conventos
dedicados ao mártir. Na Armênia, na Grécia, no Império Bizantino (a região
oriental do Império Romano, que tinha capital em Bizâncio, depois,
Constantinopla) São Jorge era inscrito entre os maiores Santos da Igreja
Católica. No Ocidente, na Idade Média, as Cruzadas colocaram São Jorge à frente
de suas milícias, como Patrono da Cavalaria. Na Itália, era padroeiro da cidade
de Gênova. Na Alemanha, Frederico III dedicou a ele uma Ordem Militar. Na
França, São Gregório de Tours era conhecido por sua devoção a São Jorge; o rei
Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotide, erigiu várias
igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país ocidental onde a
devoção ao santo teve papel mais relevante. O monarca Eduardo III colocou sob a
proteção de São Jorge a Ordem da Cavalaria da jarrateira, fundada por ele em
1330. Por considera-lo o protótipo dos cavaleiros medievais, o inglês Ricardo
Coração de Leão, comandante de uma das primeiras Cruzadas, constituiu São Jorge
padroeiro daquelas expedições que tentavam conquistar a Terra Santa aos
muçulmanos. No século 13, a Inglaterra celebrava sua festa como dia santo e de
guarda e, em 1348, criou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge. Os ingleses
acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos que
também trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira. Ainda durante a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918) muitas medalhas de São Jorge foram cunhadas e
oferecidas aos enfermeiros militares e às irmãs de caridade que se sacrificaram
ao tomar conta dos feridos da guerra. As artes, também, divulgaram amplamente a
imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael
(1483-1520), intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem
diversos quadros célebres, como o de autoria de Donatello (1386-1466).
São Jorge e a morte do dragão
A imagem conhecida de todos, do cavaleiro que luta contra o dragão,
está relacionada às lendas criadas a partir da Idade Média. Há uma grande
variedade de histórias relacionadas a São Jorge. O relato e a imagem de todos
conhecidos, do cavaleiro que luta contra o dragão, começaram a ser difundidos na
Idade Média . A imagem atual do santo, sentado em um cavalo com uma lança que
atravessa um dragão, está relacionada às diversas lendas criadas a seu respeito,
contadas de várias maneiras em suas muitas paixões. A versão mais corrente dá
conta que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e
atirava fogo contra os muros de uma longínqua cidade do Oriente, trazendo morte
com seu mortífero hálito. Para não destruir toda a cidade, o dragão exigia
regularmente que lhe entregassem jovens mulheres para serem devoradas. Um dia
coube à filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada
pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com
lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada
a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da
Capadócia, montado em um cavalo branco, São Jorge. Destemidamente, enfrentou as
perigosas labaredas de fogo que saíam da boca do dragão e as venenosas nuvens de
fumaça de enxofre que eram expelidas pelas narinas do monstro. Após um duro
combate, finalmente São Jorge venceu o terrível dragão, com sua espada de ouro e
sua lança de aço. O misterioso cavaleiro assegurou ao povo que tinha vindo, em
nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.
Para alguns, o dragão (o demônio) simbolizaria a idolatria destruída com as
armas da Fé. Já a donzela que o santo defendeu, representaria a província da
qual ele extirpou as heresias. A relação entre o santo e a lua viria de uma
lenda antiga que acabou virando crença para muitos. Diz a tradição que as
manchas apresentadas pela lua representam o milagroso santo e sua espada pronto
para defender aqueles que buscam sua ajuda.
Desde 1969, Igreja Católica tornou opcional a celebração a São
Jorge
Embora muitos considerem que sua história não passe de um mito e
outros até mesmo acreditem que o santo tenha sido cassado pela Igreja Católica,
o martírio de São Jorge e o seu culto continuam sendo reconhecidos pelo
catolicismo. A lenda do guerreiro que matou o dragão havia sido rejeitada no
século 5 por um concílio, mas persistiu e ganhou enorme popularidade no tempo
das Cruzadas. "A imagem atual é fruto de uma lenda. Isso não quer dizer, no
entanto, que esse santo não existiu e que o martírio dele não foi
significativo", diz o monsenhor Arnaldo Beltrami, vigário episcopal de
comunicação da Arquidiocese de São Paulo. No dia 9 de maio de 1969, a
observância do Dia de São Jorge tornou-se opcional, com a reforma do calendário
litúrgico, realizada pelo papa Paulo VI. A reforma retirou do calendário
litúrgico as comemorações dos santos dos quais não havia documentação histórica,
mas apenas relatos tradicionais. Daí ter-se falado, naquele tempo, em "cassação
de santos". Mas o fato da celebração do Dia de São Jorge tornar-se opcional não
significa o não reconhecimento do santo.
São Jorge é o padroeiro da Inglaterra
O "Santo Guerreiro" é também o padroeiro da Inglaterra, de Portugal
e da Catalunha (região da Espanha que reivindica identidade nacional, onde se
localiza Barcelona). Não há consenso, porém, a respeito da maneira como teria se
tornado patrono da Inglaterra. Seu nome era conhecido na Inglaterra e na Irlanda
muito antes da conquista normanda, o que leva a crer que os soldados que
retornavam das Cruzadas influíram bastante na disseminação de sua popularidade.
Acredita-se que o santo tenha sido escolhido o padroeiro do reino quando o rei
Eduardo III fundou a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, em 1348. Em 1415, a data
de sua comemoração tornou-se um dos feriados mais importantes do país. Em 1970,
a festa anual do santo nas igrejas católicas foi tornada opcional, com a reforma
do papa Paulo VI. Entretanto, na Inglaterra e em outros lugares onde São Jorge é
especialmente venerado, tal festa guarda ainda toda a sua antiga solenidade. Os
ingleses acabaram por adotar São Jorge como padroeiro do país.