Para
transmitir o que provavelmente ocorreu no Paraíso Divino, tenho que lhes pedir a
devida vênia, uma licença amiga e muito especial, porque esta descrição da
chegada de MARIA DE NAZARÉ ao Céu, é resultado de um incomparável esforço de
imaginação, fundamentado sobretudo em informações bíblicas e nas palavras dos
Santos e Anjos do SENHOR, muito embora mesmo assim, ela se situa dentro de um
contexto que sinceramente, ainda se nos afigura de extremamente modesto, em
virtude da grandiosidade e do esplendor, que com certeza, deve ter revestido o
acontecimento.
É tradição cristã que aos 72 anos de idade, MARIA
despediu-se de sua vida terrestre. Dizemos despediu-se, porque no sentido
teológico ela não morreu, teve um “sono
transitório” e nele, foi “visitada” e venerada por todos os Apóstolos,
presentes naquele bendito dia, e foi transportada aos Céus, em Corpo e Alma, por
um sonoro e alegre cortejo de Anjos. (Dógma de Fé).
E assim, conduzida pelos
Anjos de DEUS, ELA entrou no Paraíso Divino:
Uma música de indizível beleza formava uma
atmosfera de arrebatamento e êxtase, que crescia com as vozes
dos Anjos, Querubins, Serafins e toda família celeste, que entoavam maravilhosos
acordes com harmonia e perfeição, expressando júbilo e contentamento, pela
chegada ao Céu de MARIA DE NAZARÉ.
ELA habitualmente revestida de muita serenidade,
via a tranquilidade fugir de seu Ser, ficando visivelmente
perturbada, pelo calor e imenso esplendor daquela simpática recepção. E diante
de tão majestosa e agradável surpresa, não conseguia dissimular, ou mais
precisamente, não conseguia esconder a sua emoção e assim, enternecida e repleta
de alegria, com singela humildade mostrava as suas lindas faces enrubescidas
pelo fato inusitado. Acontecimento que realçava ainda mais a sua formosura, ao
tempo em que caminhava suavemente pelos adros do Éden Divino, com passos
tímidos, mas firmes e decididos, vencendo vagarosamente a distância que a
separava do trono de DEUS.
De um lado e de outro do caminho, no meio de
tantos olhares sorridentes, distinguia aqui e ali um rosto mais conhecido, uma
fisionomia mais amada. No meio da multidão despontava o semblante de José, seu
esposo virginal; Joaquim, seu pai; Ana, sua mãe; Sobé e Maria, as duas titias;
Isabel, sua prima; Zacarias, João Batista, Nathan, Estêvão, Jacó e muitos
outros.
Pétalas de lindas flores caíam de todos os lados,
ornando-a com as cores do arco-íris, a medida que mais se aproximava do trono do
Amor, da Vida e da Misericórdia.
Seu coração pulsava forte e todos os seus sentidos
estavam concentrados, em suspense, na expectativa do encontro tão sublime e tão
ansiosamente almejado.
De seus encantadores olhos
reluziam um brilho intenso que traduzia deslumbramento e felicidade, reflexos de
seu reconhecido agradecimento por tantas honrarias, distinções e por todas
aquelas exaltações de carinho e afeto.
Por certo, aquelas manifestações de inconfundível
apreço lhe trouxeram à mente os longos anos em que viveu na Terra, anelando pela
chegada deste dia.
Lembrava-se de quantas vezes, sozinha em seu
quarto, olhava para o Céu e perscrutava a imensidão do firmamento celeste,
apreciando e admirando a invulgar beleza, toda ela, manifestação viva do Amor de
DEUS. Não que quisesse sondar o espaço infinito e encontrar nele a solução de
muitos segredos, ou uma luz que lhe revelasse o por que dos fatos, uma
explicação para a vida e para o seu Mistério em particular. Ela não se
preocupava com isto e nem sentia uma premente necessidade de conhecer e
desvendar as verdades não conhecidas. O que MARIA realmente queria e procurava,
eram outras maneiras, era descobrir um melhor caminho, inovar outro meio para
cultivar ainda mais a pureza de seus desejos, uma criação sublime e carinhosa,
que conduzisse com maior vigor os seus ilibados sentimentos a continuar
evoluindo sempre, crescendo em ternura e em intensidade afetuosa, para melhor
amar e agradar a DEUS.
Envolvida por tantas lembranças, a cada passo
recordava também que meditando sobre os Mistérios de DEUS e de JESUS, seu
querido e amado FILHO, involuntariamente ia compreendendo o seu próprio Mistério
e a sua Vida no plano Divino.
E por tudo o que sentia e via, caminhava
emocionada para o CRIADOR, meta única de sua vida, o seu objetivo
final.
A esta indefinível alegria, somava um ardor a mais
em seu coração, indicando que a sua expectativa estava crescendo, assim como
aumentando o seu regozijo, porque também aproximava-se um momento de inolvidável
prazer, ao reencontrar o seu Adorado FILHO JESUS, que agora, caminhava em sua
direção.
Foi um longo abraço, repleto de ternura, para
saciar uma saudade imensa, enquanto a multidão celeste acompanhando
sensibilizada todos aqueles lances, se comovia e se agitava no meio de efusivos
aplausos, de saudações espontâneas e cheias de afeto, e dos melodiosos acordes
de uma linda canção.
JESUS segurando em seu braço, a conduziu a
presença de DEUS.
MARIA DE NAZARÉ, num gesto de
profundo respeito, prostrou-se com o rosto no chão e podemos ouvir em nosso
coração as palavras que ELA pronunciou, expressando todo o seu incontido e
dedicado amor:
"Meu SENHOR e meu DEUS, aqui estou
para servi-LO por toda eternidade".
DEUS PAI encantado com SUA OBRA PRIMA, levantou-se
do trono e afetuosamente fez com que a DIVINA MÃE se erguesse e se assentasse à
sua esquerda.
A música aumentou, o coro tornou-se mais vibrante
e belo, as saudações se multiplicaram com maior intensidade, era o prenúncio de
um clímax esperado e sonhado por todos. Os Arcanjos Gabriel, Miguel e Rafael,
sorridentes, prevenidos e preparados para aquele evento tão especial, trouxeram
uma maravilhosa coroa de ouro com belíssimas pedras preciosas incrustadas e
depositou-a nas mãos de DEUS, que segurando numa parte ofereceu o outro lado à
JESUS e ambos coroaram MARIA SANTÍSSIMA, "Rainha do Céu e da
Terra", ao mesmo tempo em que o ESPÍRITO SANTO, sob a forma de uma
pequena pomba branca, deixava cair do alto em imensa profusão, uma esplendorosa
luz que transluzia, que transparecia toda a sublimidade, toda a beleza e a
infinita grandeza da Glória de DEUS.